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Quem foi Hypatia e por que ela é o ponto de partida para esta dramaturgia?

 

Professora, filósofa, astronôma e matemática ao longo de seus 60 anos, Hypatia foi uma das personagens mais importantes de seu tempo e é ainda hoje uma das principais mestras conhecidas da filosofia hermética (relacionada ao antigo Egito) e da filosofia neo-platonica. Muitos são os textos posteriores à sua existência que citam sua contribuição para pesquisadores e intelectuais das áreas em que ela foi atuante. Principalmente na astronomia (heliocentrismo e a trajetoria  No entanto, temos quase nenhuma informação factual de sua vida.

Sabemos que foi professora e diretora da Faculdade de Alexandria e uma das mais importantes conselheiras do prefeito da cidade, única mulher a ocupar estes cargos. Que foi famosa e respeitada em todo o mundo por citações de figuras históricas nos mais diferentes lugares que viajaram para conhecê-la e assistir suas aulas.  Que era uma das mais importantes vozes da filosofia neo-platonica e da filosofia hermética, referências fundamentais para Spinoza e Nietzsche assim como para textos tradicionais da religião e da teologia (tanto do cristianismo como da cabala judaica e de escritos místicos como os de Helena Blavatsky). Que sua pesquisa colaborou para a compreensão do heliocentrismo e do movimento dos planetas ao redor do sol em elipses e não em círculos perfeitos.

 

De sua morte, insistentemente descrita, citada e retratada por tantos ao longo de séculos sabemos que: foi acusada como feiticeira por um cardeal católico importante da cidade diante de um grupo de extremistas religiosos critãos. Foi atacada por este mesmo grupo em sua carruagem e assassinada por estes que usaram pedaços de conchas e telhas para dilacerar seu corpo e depois queimá-lo em praça pública. Isso algumas décadas antes da inquisição católica se estabelecer e da perseguição e assassinato de mulheres acusadas de bruxaria se estabelecer como uma política que dizimou a população mundial da época.

 

Resgatamos com sua presença luminosa o quanto a tirania precisa destruir tudo aquilo que oferece a possibilidade de autonomia de pensamento e de liberdade. Mas, cansados da violência e da morbidez que sufocou o isolamento pandêmico e os anos de extremismo político, a dramaturgia aqui propõe conectar-se a e celebrar a potência da vida de Hypatia: uma das figuras mais importantes e revolucionárias de sua época. Professora que fascinava pensadores, políticos e sábios de todo mundo a viajar por semanas para ouvir de perto suas aulas.

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